terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tempestade de Tinta



A chuva cai sobre o boné, mas não molha meu rosto...
As minhas mãos estão sujas de um spray preto fosco!
Minhas pernas não agüentam, caminharam a noite inteira
Esqueci o dia do mês, mas me lembro que é segunda-feira

O vulto na escuridão, sou eu...
Os passos no seu telhado são meus!

Não me julgue, por que não sabe o que me trouxe até aqui
O que me faz largar minha casa, e achar onde me perdi
Dinheiro e flash’s, nunca fizeram minha cabeça
Aperto um, rezo pra que o mundo me esqueça

Conseqüência do que vivi, sou eu...
O futuro promissor que me perdeu!

Deus, como pode eu?
Embarcar nessa história, onde a gente se perdeu?
Enquanto minha mãe chora e reza...
Meus amigos, não amigos, me censuram e me desprezam...

Pedindo a benção pra mãe, mesmo sendo ateu...
Ela olha me abençoa, iluminando os passos meus!

Aprendi a brindar sozinho, por que sempre ando comigo mesmo
Aprendi que quem te ama, te larga quando sente medo...
Vida incerta não é qualquer um que aguenta
Sua vida anda a milhão, e a dos outros em câmera lenta

Encapuzado, correndo na chuva, sou eu...
Embriagado, tentando esquecer o teu adeus!

Olhe ao redor, por quantos muros já passou?
Quantas histórias de vida, que nos muros tu registrou?
Tinta escorrida, expressões da vida mal vivida!
Se aventura nas marquises, a intenção é suicida...
Enquanto eu vivo por isso, penso em quem já morreu
Muitas histórias como a minha, mas ainda bem que não fui eu

Gota de chuva de tinta caindo do céu, sou eu
Mas a tempestade... não sou eu...
A TEMPESTADE somos todos nós...!

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