quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
MANIFESTO: VANDALISMO
Tentam desarmar a população, calar os estudantes
pensamentos em paredes ensurdecem mais do que alto-falantes
a solução é subir alto, e mostrar que não tememos grades
Saberão que somos guerrilheiros e não inconsequentes de pouca idade
Somos a mudança no mundo, mas o futuro do mundo é caótico
tentam nos mostrar esperança de modo extremamente apoteótico
artistas com alma falida, não refletem o brilho nas estrelas
por isso pichamos muros, andando sobre suas telhas
É um luar que não viu, pois estava pintando quadros em sua casa
eu estava na rua, subindo alto mesmo não tendo asas
alto didatas, impressionistas, não temos ateliê
nossas telas estão nas ruas onde todos podem ver...
Sem mais conceitos de arte, técnicas e estéticas
não quero ser erudito, por isso acham minhas idéias patéticas
tristemente minhas poesias não falam nada de amor
queria ser como os outros, mas só me resta me opor
Uns vendem a alma, e venderiam até seus graffitis si possível
prefiro atrair má fama do que ser mais um artista previsível
a Televisão está aí, mas esta é tua inimiga
te faz desejar coisas que não precisa
O luxo de pintar paisagens se resume a poucos
estes se chocariam em olhar apenas meus esboços
Manifesto a paz, mas se preciso por meio de vandalismo
pois a fronteira do bem e do mal, é um imprevisível abismo
Uns querem luxo, e se isolam em seus ar-condicionado
eu sou povão, e o povão é mais um ônibus lotado
Undergorund é a palavra dos que vivem a rua
vestimos a doença, pois nos cansamos de querer a cura
Isto não é um manifesto, nem se nomeia protesto
são pensamentos sem sentido, traduzindo meus versos
sem troféu, medalha, nem premiação...
infelizmente pra maioria minha arte é contravenção
Se manifeste como quiser, mesmo que de maneira suicida!
Seus motivos só tu sabe! só você conhece suas feridas!
E se chocar a maioria sua missão estará cumprida,
A missão da arte é chocar e não adocicar a vida...
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Tempestade de Tinta
A chuva cai sobre o boné, mas não molha meu rosto...
As minhas mãos estão sujas de um spray preto fosco!
Minhas pernas não agüentam, caminharam a noite inteira
Esqueci o dia do mês, mas me lembro que é segunda-feira
O vulto na escuridão, sou eu...
Os passos no seu telhado são meus!
Não me julgue, por que não sabe o que me trouxe até aqui
O que me faz largar minha casa, e achar onde me perdi
Dinheiro e flash’s, nunca fizeram minha cabeça
Aperto um, rezo pra que o mundo me esqueça
Conseqüência do que vivi, sou eu...
O futuro promissor que me perdeu!
Deus, como pode eu?
Embarcar nessa história, onde a gente se perdeu?
Enquanto minha mãe chora e reza...
Meus amigos, não amigos, me censuram e me desprezam...
Pedindo a benção pra mãe, mesmo sendo ateu...
Ela olha me abençoa, iluminando os passos meus!
Aprendi a brindar sozinho, por que sempre ando comigo mesmo
Aprendi que quem te ama, te larga quando sente medo...
Vida incerta não é qualquer um que aguenta
Sua vida anda a milhão, e a dos outros em câmera lenta
Encapuzado, correndo na chuva, sou eu...
Embriagado, tentando esquecer o teu adeus!
Olhe ao redor, por quantos muros já passou?
Quantas histórias de vida, que nos muros tu registrou?
Tinta escorrida, expressões da vida mal vivida!
Se aventura nas marquises, a intenção é suicida...
Enquanto eu vivo por isso, penso em quem já morreu
Muitas histórias como a minha, mas ainda bem que não fui eu
Gota de chuva de tinta caindo do céu, sou eu
Mas a tempestade... não sou eu...
A TEMPESTADE somos todos nós...!
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